HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGRICULTURA BIODINÂMICA
Maria Bethalot
A ABD mantém um banco de sementes de espécies de plantas leguminosas, gramíneas, medicinais, etc., que são plantadas e testadas todos os anos e também realiza troca destas sementes com produtores interessados. Entre as leguminosas plantadas como abonos verdes estão: Crotalaria juncea, C. spectabilis, Feijão de porco (Cannavalia ensiformis), Mucuna (Mucuna aterrima, M. deeringiana), Lab-lab (Dolichos lab lab), Calopogônio (Calopogonium mucunoides), Guandu (Cajanus cajan), Indigofera (Indigofera sp.), assim como gramineas, entre elas, milheto, dente de burro (Euchlaena mexicana), Milho (Zea mays), Tremoço (Lupinus sp.), Ervilhaca (Vicia sp.), Chicharo (Lathyrus, sativus) e gramíneas como Aveia preta (Avena strigosa) e Centeio (Secale cereale). Também é plantada a lanço uma mistura de diferentes sementes de leguminosas, de gramíneas e de outras plantas como girassol (Helianthus annus), mamomna (Ricinus communis) e outras plantas afins, em um sistema denominado de Coquetel (Cocktail), que além de promover uma grande produção de biomassa para incorporar ao solo, produz também sementes e frutos das diferentes espécies plantadas no sistema.
O manejo do gado se faz também sob um sistema agroflorestal com pastos sombreados com vegetação nativa, cultivo em aléias de Leucaena leucocephala, L. diversifolia, A. melanoxylon, Calliandra callothyrsus, Gliricidia sepium, etc., procurando manter um equilíbrio saudável no ambiente.
Também é publicado semestralmente o boletim Agricultura Biodinâmica, cujos temas são agricultura biodinâmica, agroecologia, sustentabilidade, que contribui para divulgar a tecnologia e trabalhos desenvolvidos na ABD.
A ABD participa do projeto "Viabilidade de Conservação dos Remanescentes de Cerrado do Estado de São Paulo", dentro do Programa BIOTA – FAPESP. Este projeto pretende criar alternativas de conservação e manejo sustentável para as áreas de Cerrado dentro das propriedades agrícolas, mostrando ao produtor que também pode obter retorno econômico deste ecossistema, que está desaparecendo rapidamente, devido à falta de alternativas de aproveitamento.
Em outra área vizinha, na Casa Somé – Instituto Elo (também dentro da área de terra pertencente à Associação Tobias) está sendo manejado um pomar doméstico, onde se misturam – associam plantas nativas do Cerrado, plantas frutíferas, plantas herbáceas, plantas medicinais, plantas de raizplantas nativas da floresta atlântica e árvores exóticas, formando um sistema agroflorestal variado e produtivo.