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Índice
1. O
movimento das escolas Waldorf no Brasil e no mundo
2. Publicações
3. Fontes, históricos e princípios
da Pedagogia Waldorf
4. Seminários de aprofundamento de 2003
(para professores Waldorf)
Shigueyo Miyazaki Mizoguchi
Secretária Executiva da Federação das Escolas Waldorf
no Brasil.
As Escolas Waldorf formam hoje a rede independente que mais cresce no mundo. São mais de 700 escolas, sendo que no Brasil existem 12 escolas filiadas e várias outras em processo de filiação junto à Federação das Escolas Waldorf no Brasil. A Pedagogia Waldorf, como é conhecida, foi idealizada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner em 1919, na Alemanha, e apontada pela UNESCO como sendo a pedagogia capaz de responder aos desafios educacionais, principalmente nas áreas de grandes diferenças culturais.
É fato notório que, até recentemente, o sistema brasileiro de educação mostrava-se incapaz de implementar o programa de inclusão de camadas mais carentes da população, colocando o Brasil entre os países populosos com alto índice de analfabetismo. Em 1990, sob os auspícios da UNESCO, Banco Mundial e outros, realizou-se na Tailândia o encontro de ministros de educação destes países com o objetivo de discutir a questão educacional e consolidou-se, na ocasião, a proposta de universalização do ensino fundamental. Estes países reuniram-se novamente em 1993, em Nova Delhi (Índia), de onde originou a carta de intenções que explicita o plano decenal para a erradicação do analfabetismo nos países signatários, entre os quais o Brasil é um deles. Em 1994, em Genebra (Suíça), todas as linhas pedagógicas foram convidadas a se apresentarem e a Pedagogia Waldorf recebeu um destaque especial dos órgãos patrocinadores, graças à atuação da Associação Amigos da Arte de Educar de Rudolf Steiner, resultando no lançamento de vídeo e de um encarte pela UNESCO sobre Pedagogia Waldorf. Este encarte, editado em outubro de 1994, em inglês e espanhol, pode ser encontrado agora também em língua portuguesa, na biblioteca da Escola Waldorf Rudolf Steiner, em São Paulo.
Após a promulgação da Constituição brasileira em 1988, grupos de educadores e entidades ligadas à Educação começaram a organizar um projeto de lei que viesse a substituir a LDB vigente na época. Este projeto que vinha sendo formulado sobre uma concepção de democracia participativa, já tendo sido aprovado na Câmara dos Deputados, foi substituído, no Senado, pelo projeto Darcy Ribeiro, em março de 1996. Tudo indica que o projeto, após algumas modificações convertido na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, teve a assessoria de pessoas que ocuparam ou ocupam cargos no Ministério de Educação.
Esta nova LDB, chamada por alguns autores de "minimalista" por conter poucas regulamentações, dá ampla liberdade às escolas apresentarem suas Propostas Pedagógicas, além de ter incorporado alguns conceitos inovadores para a maioria das escolas como a questão da progressão continuada do aluno, o respeito pela relação idade/série, aspectos importantes e tão familiares à Pedagogia Waldorf.
Para atender à legislação nova iniciou-se, em meados de 1997, com a participação de representantes de todas as escolas Waldorf, a sistematização da Proposta Educacional Waldorf que tinha dupla finalidade: a de produzir um documento oficial das escolas Waldorf para apresentar à comunidade educacional e a de servir como base para a elaboração do Regimento Escolar, que é o conjunto de normas que viabilizam a execução da Proposta. A preocupação do grupo de trabalho durante todo o processo foi a preservação da filosofia e da pedagogia antroposófica tal como foram concebidas por Rudolf Steiner. Desta forma tornou-se possível mostrar às autoridades, os aspectos peculiares e notáveis sobretudo da Pedagogia Waldorf e que permaneciam, na prática, restritos ao âmbito da comunidade escolar como, por exemplo, o boletim descritivo. Com a aprovação do Regimento Escolar, este boletim, que privilegia a avaliação qualitativa do processo ensino aprendizado, foi oficialmente reconhecido pelos órgãos da Secretaria da Educação.
Paralelamente à elaboração da Proposta Educacional Waldorf, o Centro de Formação de Professores Waldorf (Seminário) empenhou-se em oficializar-se como curso Normal, o que aconteceu no início de 1998. O Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo pronunciou-se favoravelmente à criação do curso fazendo referências à Federação como entidade organizadora de todas as escolas que se orientam pela linha antroposófica.
Como conseqüência, em abril de 1998 foi fundada a Federação das Escolas Waldorf no Brasil, que hoje congrega as escolas Waldorf espalhadas pelo país, e tem como um dos objetivos, consolidar a Pedagogia Waldorf na sociedade brasileira.
1. Seção Pedagógica do Goetheanum. Para a Estruturação do Ensino do 1o. ao 8o. ano nas Escolas Waldorf/Rudolf Steiner. Trad. R.Lanz. São Paulo: Federação das Escolas Waldorf no Brasil, 1999.
2. Petraglia, Marcelo S. Canções Escolares e a História do Natal. São Paulo: Ed. Antroposófica e Federação das Escolas Waldorf no Brasil, 1999.