Arte
- Para o artista, todo o lado externo de sua obra tem de expressar o interior; no caso dos objetos da natureza o interior não coincide com a forma externa, e o gênio humano tem de investigá-lo para chegar à sua cognição. E assim as leis que o artista segue não são outras senão as leis eternas da natureza, no entanto puras e não influenciadas por qualquer obstrução. Para as criações da arte não importa o que é, e sim o que poderia ser, não o real, e sim o possível.
Fonte: GA 30, palestra de 9/11/1888, pp. 29-30. Col. JC. - É necessário não deixarmos, de modo algum, que o elemento artístico de nossa cultura continue sendo visto como um artigo de luxo ao lado da vida séria, como uma distração supérflua à qual nos voltamos, mesmo que saibamos levar uma vida espiritual; temos de considerar que o elemento artístico permeia tudo, permeia o mundo e o ser humano como uma lei divino-espiritual.
Fonte: GA 308, palestra de 10/4/1924, p. 56. - A imagem artística é mais espiritual do que o conceito racional. É também mais vívida, e não sufoca o espiritual na alma, como o faz o intelectualismo.
Fonte: HJ 84, p. 105.
Rompe-se a conexão com o espírito, |
Es reißt der Zusammenhang mit dem Geiste, |
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Fonte: GA 40, p. 233. Na p. 285 está anotado “Caderno de notas do ano 1918”. Trad. VWS; rev. SALS. |
A sombra do espírito projetada no espaço |
Des Geistes Schattenwurf im Räume |
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Fonte: GA 40, p. 107. Na p. 280 está anotado “Em um esboço do escultor Jacques de Jaager, Dornach, 11/1916”. Trad. VWS; rev. SALS. |
[...] As grandes obras de arte têm um efeito tão imenso por estarem profundamente relacionadas com o sentido da ordem universal. Em tempos antigos, sem que o soubessem, os artistas estavam vinculados ao sentido da ordem universal por meio de uma consciência abafada. Mas a arte se extinguiria, não teria continuidade, se no futuro a ciência espiritual, como conhecimento dessas coisas [da ordem universal], não lhe desse um novo fundamento. |
Deshalb wirken die großen Kunstwerken so ungeheuer, weil sie tief verbunden sind mit dem Sinn des Weltenordnung. In früheren Zeiten waren die Künstler verbunden mit dem Sinn der Weltenordnung in dumpfen Bewußtsein, ohne daß sie es wussten. Aber die Kunst würde ersterben, würde keine Fortzetzung erhalten, wenn nicht in Zukunft die Geisteswissenschaft als Wissen von diesen Dingen der Kunst eine neue Grundlage gäbe. |
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Fonte: GA 132, palestra de 14/11/1911, p. 60. Trad. VWS; rev. SALS. |
- A elevação da linguagem corriqueira à obra de arte é uma raridade. [...] Faz-nos falta, quase que por completo, o senso para a beleza do falar e, ainda mais, para um falar característico. [...] Hoje em dia, considera-se frequentemente o falar artístico um idealismo despropositado. [...] Jamais se teria podido chegar a isso, se se tivesse maior consciência da capacidade de educação artística da língua.
Fonte: HJ 84, p. 116. De um trecho de um artigo escrito em 1898, citado por Steiner em sua autobiografia. Steiner introduziu uma nova arte, “Arte da Fala” (Sprachgestaltung, literalmente “formação da fala”)
A quem entende o sentido da linguagem, A quem ouve a alma da linguagem, A quem vivencia o espírito da linguagem, A quem sabe amar a linguagem, Assim quero coração e sentido E no amor |
Wer der Sprache Sinn versteht, Wer der Sprache Seele hört, Wer der Sprache Geist erlebt, Wer die Sprache lieben kann, So will ich Herz und Sinn Und in der Liebe |
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Fonte: GA 40, p. 259. Trad. das 4 primeiras estrofes: Günther Kollert; rev. destas e trad. das restantes: VWS; rev. geral: SALS. Este verso foi dado por Steiner para o início das aulas de língua antiga na primeira escola Waldorf, Stuttgart, 26/11/1922 (cf. GA 40, p. 299). Col. LJ. |
- Talvez não seja possível sentir, em arte alguma, o ser colocado no cosmo de uma maneira tão intensiva como na arte eurítmica.
Fonte: HJ 84, p. 116. A euritmia foi uma nova arte do movimento corporal introduzida por Steiner. - Fazer euritmia é, em certo sentido, um plasmar de expressões e gestos, mas não de gestos transitórios, voluntários e, sim, dos gestos cósmicos, significativos, isto é, daqueles que não podem ser diferentes, que não provêm de nenhuma arbitrariedade da alma humana.
Fonte: HJ 84, p. 114. De uma palestra de 24/6/1924.
Isso é de fato o segredo da iniciação moderna: chegar à vivência do espírito transcendendo as palavras. Isso não é algo que vai contra a sensação da beleza do idioma. Pois precisamente quando não se pensa mais no idioma, começa-se a senti-lo e a deixá-lo fluir, como elemento da sensação em si mesmo e a partir de si. Mas isso é algo que hoje deve começar a ser almejado pelos seres humanos. |
.Das ist ja in der Tat das Geheimnis der modernen Einweihung: über die Worte hinauszukommen zum Erleben des Geistigen. Das ist nichts, was gegen die Empfindung der Schönheit der Sprache verstösst. Denn gerade dann wenn man nicht mehr in der Sprache denkt, dann fängt man an, die Sprache zu empfinden und als Empfindungselement in sich und von sich strömen zu haben. Aber das ist etwas, was von dem Menschen heute erst angestrebt werden muss. |
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Fonte: GA 233, palestra de 13/1/1924, pp. 242-3. Trad. VWS; rev. SALS. |
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Outros textos sobre arte em outras seções: “Do mesmo fundamento do qual nascem ...”
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