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RELATO DE PALESTRA SOBRE PESQUISAS EM MEDICINA ANTROPOSÓFICA

Rodolfo Schleier
Publicado no Nº 99 do Boletim Eletrônico Weleda, de 24/11/10

Aconteceu em 22/11/10 na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a palestra e discussão “Desafios Internacionais da Pesquisa em Medicina Integrativa e Medicina Antroposófica”. A palestra foi proferida por Erik Baars, médico antroposófico, pesquisador, com passagem por diversas clínicas e institutos de pesquisa da Holanda. É mestre em epidemiologia e está concluindo seu PhD. Recentemente tornou-se professor da University of Applied Sciences em Leiden, Holanda.

Seu interesse de pesquisa inclui estudos epidemiológicos e clínicos, estudos de caso, promoção da saúde, medicina antroposófica, desenvolvimento de conceitos e de metodologias para pesquisa e prática clínica. Possui mais de 120 artigos, capítulos de livros e monografias publicadas. Baars proferiu palestras também na Sociedade Antroposófica, e no Congresso Paulista de Medicina Antroposófica.

Depois de clinicar por vários anos na Holanda como médico antroposófico nas áreas de Medicina Interna e Psiquiatria, Erik Baars viu a necessidade de publicar os resultados clínicos obtidos. Uma pesquisa feita na Holanda entre médicos da linha complementar apontou um medicamento antroposófico (Citrus/Cydonia, comercializado na Europa como Gencydo e disponível no Brasil mediante formulação magistral), muito utilizado no tratamento da rinite alérgica e da febre do feno. Portanto, um medicamento importante e que merecia um estudo mais aprofundado. A partir daí, Baars e sua equipe conduziram estudos de caso, com um pequeno número de pacientes. Os resultados foram mostrados para um especialista em imunologia de uma universidade, e este ficou impressionado de tal forma que aceitou fazer parte de um novo estudo para detalhar o mecanismo de ação do medicamento. Segundo Baars, os resultados foram similares aos obtidos com imunoterapia, aplicando-se pequenas doses sucessivas de alérgenos para dessensibilização.

Esse é apenas um exemplo. Outras pesquisas vêm sendo feitas com Viscum album, Bryophyllum, Hepar magnesium, entre outros medicamentos antroposóficos. O fato é que os médicos dessa linha terapêutica não têm tradição em publicar artigos, e segundo Baars isso tem que mudar por uma questão de sobrevivência. Em vários países, e mesmo no Brasil, as medicinas complementares vêm sendo atacadas de diversos ladosl. A comprovação científica, com as técnicas convencionais, vem sendo apontada como a única maneira de mostrar a eficácia desses medicamentos e terapias para a comunidade acadêmica e, dessa forma, conquistar seu respeito, não como “alternativa” no sentido de se abandonar o tratamento convencional, mas como “complementar”, agindo em sinergia com os demais medicamentos e terapias.

A palestra foi uma realização do NUMA (Núcleo de Medicina Antroposófica), Departamento de Obstetrícia UNIFESP.