O currículo Waldorf

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O CURRÍCULO WALDORF ORDENADO POR FAIXAS ETÁRIAS
COM CITAÇÕES DE RUDOLF STEINER SOBRE ESSAS FASES

E.A. Karl Stockmeyer

Tradução de autor desconhecido; cotejo dos conteúdos das matérias com o original: Sonia A.L. Setzer; revisão geral: Valdemar W. Setzer; última versão: 16/11/10.

N.R. (nota do revisor). Este texto é a tradução de parte do 11o capítulo do livro E.A. Karl Stockmeyer, Rudolf Steiners Lehrplan für die Waldorfschule (O currículo de Rudolf Steiner para as escolas Waldorf), 2ª edição apostilada de 1965; a primeira edição datou de 1955. Esse livro contém extensas citações de textos e palestras de Rudolf Steiner sobre educação e a primeira sistematização, aqui transcrita, do currículo Waldorf. A versão aqui transcrita sofreu muitas alterações no decorrer dos anos, tendo sido modificada, segundo as necessidades, a condições e cultura locais, bem como devido a conhecimentos e práticas adicionais da pedagogia Waldorf e quanto ao desenvolvimento das crianças. Essa pedagogia evoluiu bastante desde que Rudolf Steiner a introduziu em setembro de 1919 por ocasião da fundação da primeira escola Waldorf em Stuttgart, Alemanha. Por exemplo, todas as escolar Waldorf hoje em dia têm em seu currículos duas peças teatrais encenadas pelos alunos, uma não 8o ano escolar e outra no 12o (em algumas escolas, especialmente no Brasil, a segunda é feita no 11o ano), que não constam deste currículo. Como se trata de um currículo para um país europeu de fala alemã, ele obviamente não contém história do Brasil, que deveria ser acrescentada de acordo com os princípios gerais do ensino de história; as obras citadas no ensino de literatura são, naturalmente, alemãs. No original consta a matéria "alemão", que foi aqui substituída pelo revisor por "língua materna"; nele constam ainda "francês e inglês", aqui substituídas por "línguas estrangeiras" (a recomendação do método Waldorf é que sejam dadas 2 dessas línguas durante todos os 12 anos escolares). No currículo original, constavam as matérias latim e grego, a partir do 5o ano escolar até o final do ensino médio, bem como estenografia no 9o e no 10o anos; como nenhuma dessas matérias é mais utilizada, deixamos de colocar aqui as respectivas indicações. Por uma questão de tempo, as citações de palestras e textos de Steiner foram revisadas apenas quanto à redação, em geral sem cotejo com o original de Stockmeyer; esse cotejo só foi feito em casos de incompreensão de frases ou de palavras que saíam do contexto. Pretendemos ir aos poucos substituindo esses textos pelas traduções já publicadas em livros em português; os que foram substituídos estarão marcados com (*). Em lugar da referência original no fim de cada texto, colocarmos o número GA (deGesamtausabe, catálogo geral) da obras de Steiner e eventual data de palestra quando consta do original. O último item abaixo contém as referências bibliográficas pelo número GA.

A criança após a troca de dentes

Até a puberdade, o jovem deve apropriar-se, por meio da memória, dos tesouros sobre os quais a Humanidade pensou; depois é a época de permear com conceitos o que ele, anteriormente, gravou bem na memória. Portanto, o ser humano não deve simplesmente lembrar o que ele compreendeu mas, sim, deve compreender as coisas que ele sabe, isto é, das quais, por meio da memória, ele se apossou, tal como a criança se apossou da fala. Isto vale para um âmbito muito amplo" (GA 34, pp. 30-31.)

"Se mantivermos os três princípios

(1) conceitos sobrecarregam a memória,

(2) o artístico-visual forma a memória,

(3) a atividade volitiva fortalece a memória,

temos, então, as três regras de ouro para o desenvolvimento da memória." (GA 307, 12a palestra.)

"Também aquilo que a criança primeiramente assimilou no sensório, sonhadoramente, das ações do ambiente que a circunda, será transformado em imagem, de maneira singular, nesta segunda fase da vida, da troca de dentes até a puberdade. A criança começa, por assim dizer, a sonhar sobre aquilo que faz o ambiente que a circunda, enquanto que, na primeira fase da vida ela compreendia isto de maneira bem sóbria, sóbria a seu modo, enquanto o imitava anteriormente. Agora ela começa a sonhar sobre aquelas coisas feitas pelo ambiente que a circunda." (GA 306, 3a palestra.)

"Se atentarmos para como criança, em essência, é um ser imitador, ela, em certa medida, é um órgão sensorial anímico que, de uma maneira corpórea-religiosa, está entregue ao ambiente que a circunda. Teremos então de atentar essencialmente para que, nesta fase da vida, portanto, até à troca de dentes, tudo atue verdadeiramente, no ambiente que a circunda, de modo que a criança possa assimilar sensorialmente e elaborar em si. Por isso, terá também de se atentar sobretudo para que a criança, junto com aquilo de que se apossa sensorialmente a partir do seu meio ambiente, sempre se aposse, anímica e espiritualmente, da moral; de modo a já termos como que preparado, na criança que se acerca da fase da troca de dentes, em verdade tudo o que se relaciona com os mais importantes impulsos da vida.

Quando, portanto, introduzirmos a criança na escola, mais ou menos na época da troca de dentes, teremos diante de nós, não uma folha em branco, mas uma folha plena de escrita. Agora teremos de atentar, justamente nesta consideração mais pedagógica-didática que deveremos empregar, para o fato de não se poder levar à criança algo de primitivo no período entre a troca de dentes e a puberdade, mas sim, teremos de reconhecer, em tudo, os impulsos que foram introduzidos na criança em seus primeiros sete anos e como temos de dar, a estes, aquela orientação que, na vida futura, é exigida do ser humano. Por isto é tão intensamente importante que o professor e educador seja capaz de olhar de maneira sensível para todas as emoções de vida das crianças. Pois, quando ele recebe as crianças na escola, muito já esta contido nessas emoções de vida. E ele precisará, então, dirigir e conduzir essas emoções de vida; ele não poderá simplesmente propor-se a dizer: isto está certo, aquilo está errado, você deve fazer isto, você deve fazer aquilo; mas, sim, ele estará incumbido de reconhecer as crianças e de levar adiante suas emoções de vida." (GA 306, 4a palestra.)

"Nesta fase de vida não se trata de levar à criança, passo a passo, estes ou aqueles conhecimentos, mas, isto sim, de que a façamos realmente vivenciar em momentos decisivos da vida, que a façamos realmente escalar e ultrapassar determinadas montanhas da vida humana que se localizam na idade infantil. Isto repercute sobre toda a vida futura." (GA 306, 5º palestra.)

"Aquilo que, pelo sistema da cabeça, se desenvolve na criança muito especialmente no período da troca de dentes até a puberdade, é o sistema rítmico, principalmente o sistema respiratório, o sistema circulatório, com tudo o que faz parte do ritmo regular de nutrição. E, enquanto temos diante de nós, de maneira anímica na criança, o plástico-contemplativo, temos diretamente diante de nós, como educadores e professores na escola, ainda de maneira orgânica-corpórea , o sistema rítmico. Isto significa que, naquilo que empreendermos com a criança, naquilo que a criança deve fazer, precisamos fazer predominar a imagem. E, em tudo o que se desenrola entre o professor e a criança precisa reinar a música; o ritmo, o compasso e a melodia precisam tornar-se princípio pedagógico.

Isso exige que o professor tenha, em si próprio, uma espécie de musicalidade, tenha musicalidade em toda a sua vida. Portanto, o sistema rítmico é o que existe organicamente na criança em idade escolar, é o que predomina organicamente, e trata-se de orientar todo o ensino de maneira rítmica, de que o próprio professor seja, em si, um ... índivíduo com pendores para música, de modo que na sala de aula reine ritmo, compasso." (GA 307, 7a palestra.).

Para a visão geral do currículo por faixas de idade deve-se recorrer, em cada um dos itens sobre matérias, aos assuntos do livro que aqui não estão referidos em detalhes.

PRIMEIRO ANO ESCOLAR

(N.R. O primeiro ano Waldorf é iniciado normalmente entre os 6½ a 7 anos de idade, por explícita recomendação de Rudolf Steiner, que manifestou-se enfaticamente contra o ensino de ler e escrever antes dessa idade., devido aos prejuízos que essa intelectualização precoce causaria ao desenvolvimento harmônico das crianças.)

Língua materna – falar, escrever, ler

Por meio do contar e de fazer o aluno re-contar, passar do linguajar popular para a linguagem erudita. Por meio do falar correto, estabelecer a base para escrever corretamente. Simultaneamente, introduzir o aluno a uma forma imagética de linguagem. Fazê-lo desenhar formas em função das próprias formas. Fazê-lo pintar pinturas simples em função das cores; passar do desenhar para o escrever e para o ler. Em poesia, poemas breves; fazer sentir ritmo, rima e compasso. Conteúdo narrativo: contos de fadas.

Línguas estrangeiras

De conformidade com o currículo de 2/6/1924, desenvolver o ensino de línguas, até o terceiro ano, de maneira que a criança aprenda a falar falando. Não relacionar a palavra estrangeira com a da língua materna, mas com o assunto e permanecendo na língua estrangeira; conduzir isso principalmente até a conclusão do terceiro ano. Neste período não deixar que o aluno perceba que existe uma gramática. No tratamento de textos maiores, não se impressionar com o fato de a criança assimilar uma estrofe ou algo semelhante, que ela retém apenas como sons e que, aquilo que assimilou só por estes, ela compreenderá a partir da memória.

Aritmética

Após o inicio do ensino da escrita e da leitura começar, um pouco mais tarde, com as contas. Desenvolver as quatro operações – a soma a partir do total, a subtração a partir da diferença, a multiplicação a partir do produto, a divisão a partir do quociente – se possível sem tomar muito tempo em cada operação e, então, fazer exercícios de modo que, por meio deles, essas quatro operações sejam assimiladas quase que simultaneamente. E, tão logo estejamos em posição de ensinar à criança o conceito da multiplicação, transmitir-lhe também o dever de aprender as tabuadas de memória. Acrescentar a isso o contar. Colocar o desenho totalmente a serviço do aprender a escrever.

Relação com o ambiente

Despertar a criança para o ambiente. Despertar o anímico de modo que ela aprenda realmente a ligar-se com o meio circundante.

Música

Apresentar o elemento musical de maneira a torná-lo apropriado a despertar no ser humano a estruturação correta do elemento vocal, tonal, e para ouvir corretamente.

Euritmia

Cultivar a euritmia adequando-a à geometria e à música.

Educação física

A educação física deve assumir a necessidade de movimentação corporal oriunda do trabalho do restante do ensino. Principalmente em se tratando de crianças menores, é importante que o professor saiba estimulá-las para um verdadeiro brincar livre [N.R. em lugar de exercícios de ginástica propriamente dita].

Trabalhos Manuais

Aprendizado de tricô, com duas agulhas, na confecção de pega-panela. Fazer encerrar a aula dupla [N.R. duas aulas seguidas] com pequenos trabalhos artísticos colaterais.

SEGUNDO ANO ESCOLAR

Língua materna

Falar, escrever, ler. Contar e fazer o aluno recontar, levando o que foi narrado a ser escrito. Fazer reproduzir, por escrito, em pequenas descrições, aquilo que foi aprendido. Ensinar as primeiras noções de substantivo, adjetivo e verbo. Abordar a construção de frases simples. Tratar poesia como no primeiro ano escolar. Conteúdo narrativo: histórias do mundo animal usando fábulas.

Línguas estrangeiras

Como no primeiro ano escolar.

Aritmética

Conduzir as quatro operações adiante, para um espaço numérico maior. Resolver tarefas fáceis com os alunos, também sem escrita, mentalmente (N.R. cálculos mentais). Inicialmente os números devem referir-se a coisas, para depois serem tratados abstratamente. Não perder de vista os cálculos com números de coisas.

Na geometria: fazer exercitar formas mais simples e mais complicadas, pelas formas em si e sem representação de objetos, para o cultivo da consciência de espaço como forma.

Relação com o ambiente

Prosseguir com a descrição do ambiente circundante pelo pensar, como no primeiro ano escolar.

Música

Como no primeiro ano escolar.

Euritmia

Principiar com a formação das letras.

Educação física

Como no primeiro ano escolar.

Trabalhos manuais

Levar ao término os trabalhos do primeiro ano escolar. Aprender a fazer crochê. Trabalhos artísticos colaterais segundo esboço próprios.

TERCEIRO ANO ESCOLAR

Língua materna

Continuar e ampliar o que foi dado até agora. Suscitar um sentimento consciente para os sons curtos, longos e prolongados. Idéia dos tipos de palavras, das partes da frase e da construção de uma frase, incorporando a pontuação. Em poesias, trazer ao sentimento a forma e a beleza intrínsecas. Conteúdo: histórias bíblicas como parte da história geral.

Línguas estrangeiras

Como nos primeiro e segundo anos escolares.

Aritmética

Fazer as quatro operações com números mais complicados e já na utilização em coisas da vida prática, tal como haviam sido tratadas no segundo ano escolar.

Geometria como no segundo ano escolar.

Relação com o meio ambiente

Utilizar livremente aquilo que é conhecido a partir do ambiente mais próximo para desenvolver livremente a relação com o mundo. Por exemplo, como se prepara argamassa e como se a utiliza na construção de casas, como se prepara e aduba a terra, como é a aparência do arroz (N.R. centeio, no original), e do trigo.

Ciências naturais

Começar a tratar animais escolhidos adequadamente e abordá-los em relação com o ser humano.

Música

Como nos primeiro e segundo anos escolares.

Euritmia

Voltar a fazer ligação com música, geometria e desenho.

Educação física

Como nos primeiro e segundo anos escolares.

Trabalhos manuais

Confecção, em crochê, de peças de uso de dimensões maiores. Trabalhos colaterais como nas classes anteriores.

"Somente a partir do 9º ano de vida, no 2º ano escolar, até por volta do 12º ano de vida, começamos a desenvolver mais a autoconsciência. E fazemos isto na gramática. Aí o ser humano já está em posição, pela transformação por que passou e que caracterizei para os senhores, assimilar em sua autoconsciência aquilo que a gramática pode fazer por ele. Aí tratamos principalmente da morfologia. Porém, depois, começamos a história natural do reino animal, tal como mostrei aos senhores, pelo polvo, rato, e ser humano. E depois fazemos seguir, somente mais tarde, o reino vegetal, tal como os senhores desejam mostrar-me hoje à tarde." (GA 294, 10a palestra.) Isto se refere ao seminário Pedagógico, em cuja 10a aula, no dia mencionado, fora tratada a metodologia para o ensino de botânica.

"Agora podemos, nesta idade do ser humano passar também à geometria enquanto mantivermos preliminarmente, totalmente dentro do desenhar, aquilo que depois virá a ser geometria,. Pelo desenhar podemos, pois, desenvolver para o ser humano o triângulo, o quadrado, o círculo, a linha. Portanto, as formas propriamente ditas, desenvolvemo-las no desenhar, enquanto desenhamos e depois dizemos: isto é um triângulo, isto é um quadrado. Mas, o que se associa com a geometria, onde procuramos as relações entre as formas, isto só começaremos em torno do 9º ano escolar. Ao mesmo tempo, naturalmente as línguas estrangeiras serão levadas adiante e entrarão também no tratamento de gramática. Por último levamos à criança os conceitos da física." (GA 294, 10a palestra.)

"Quando a criança tiver chegado entre o 9º e o 10º anos de vida ela pode, então, pela primeira vez, diferenciar-se de seu meio ambiente. Em verdade somente nesse momento surge realmente a diferença entre sujeito e objeto: sujeito = o si próprio, objeto = o outro. Podemos então começar a falar de coisas exteriores. Anteriormente, tínhamos de tratar as coisas exteriores como se elas fossem, em verdade, unidas com o corpo da criança. (GA 311, 3a palestra.)

"Justamente nesta idade, entre o 9º e o 12º anos, a criança é receptiva a tudo que lhe for trazido de fora como imagem. Até aproximadamente o 9º ano de idade ela quer participar da imagem e não permite que as imagens se acerquem dela. Nesse caso precisamos trabalhar junto à criança sempre de maneira tão viva que, propriamente dito, o que o professor faz e o que a criança faz já seja, em conjunto, uma imagem. O próprio trabalhar já deve ser uma imagem. Não vem ao caso que elaboremos imagens ou outra coisa, mas, o próprio trabalho, o ensino, deve ser uma imagem. Assim, entre o 9º e o 10º ano surge então a condição de que a criança tem um sentido especial para a imagem exterior. Podemos agora trazer esta ao encontro da criança e isso proporciona a possibilidade de levar à criança, de maneira correta, o mundo vegetal e animal, contando que vivam imagens dentro dos mesmos. Precisamos levar imagens justamente no mundo vegetal e no animal. E, quanto mais estivermos em condições de descrever em imagens aquilo que em nossos livros de ensino de botânica é apresentado em "anti-imagem" à terceira potência, tanto melhor professor seremos justamente para as crianças entre 9º e o 12º anos. Introduzir tudo em imagens; isto também é, afinal, o que pode dar infinita satisfação interior. Pois, quando introduzimos o mundo vegetal em suas formas, em imagens, temos de ser "co-criativos". (GA 306, 5a palestra.)

QUARTO ANO ESCOLAR

Língua materna

Continuar o contar e fazer o aluno recontar. Tratar poesias como no terceiro ano escolar. A partir do que é recontado e descrito pelo aluno por escrito passar para a redação de cartas de todo o tipo. Despertar uma clara noção dos tempos verbais, de tudo aquilo que é expresso por meio de formas de transformação do verbo. Por meio do sentir, levar instintivamente, por exemplo, a relação das preposições com aquilo que vem depois delas. Diferenciação plástica da linguagem. Conteúdo narrativo: cenas da história antiga.

Línguas estrangeiras

Começar com gramática evidenciando-a por meio do repertório de textos (poéticos) já conhecidos da criança. Começar a formar regras gramaticais de forma indutiva e insistir para que a criança as fixe. Passar para a prosa, e tratá-la de forma a logo abordar a gramática. Passar gradualmente para uma espécie de tradução.

Matemática

Continuar o que foi tratado nos anos escolares anteriores. Passar para o ensino de frações, tratar especialmente de números decimais (N.R. com vírgulas). Travar conhecimento com as formas geométricas pelo desenho, aprendendo a compreender suas relações mútuas pela contemplação. Teorema de Pitágoras (N.R. de forma geométrica).

História

Fazer a passagem do ensino de Relação com o Meio Ambiente, dos primeiros anos escolares, para aquilo que de mais próximo pertence à história, como, por exemplo, contar como a viticultura ou a fruticultura chegou à própria própria região, como surgiu esta ou aquela indústria.

Geografia

Principiar por aquilo que, de mais próximo, pertence à geografia (N.R. como, por exemplo, o bairro, a cidade).

Ciências naturais

Em continuação ao terceiro ano escolar, abordar o mundo animal em relação ao ser humano de forma científica.

Música

Começar com a grafia musical, sinais e notas. Fazer exercícios abrangentes de escalas. Adaptar a criança aos requisitos da música, ou seja, desenvolver o ensino mais para o lado estético.

Euritmia

As "formas", ou seja, concreto, abstrato, etc.

Educação física

Mais ou menos a partir do quarto ano escolar, estimular as crianças para atividades dos tipos que levam em consideração a coragem, a força de decisão e a perseverança. Correr, pular, escalar, mover-se pendurado pelas mãos, início de lutas, arremesso etc. e jogos correspondentes.

Trabalhos manuais

Aprender a costurar com precisão, por exemplo, pequenas bolsas que são ornamentadas conforme esboços próprios.

QUINTO ANO ESCOLAR

Língua materna

Recapitula-se e leva-se adiante tudo o que foi tratado no quarto ano escolar. A partir desse ponto, tomar em consideração a diferença entre a forma verbal ativa e a passiva. Levar a criança, não só a reproduzir livremente o acontecido e o ouvido, mas, sempre que possível, a apresentá-los em ordem direta. Exercitá-la também para que, na maneira de falar, ela leve em consideração sua própria opinião ou a opinião de outrem. Naquilo que fazemos escrever, suscitar uma forte diferença entre o que a própria criança pensa, viu etc., e aquilo que ela comunica a partir da boca de outrem. Em conexão com isso, aperfeiçoar o uso da pontuação. Continuar a desenvolver a escrita de cartas. Conteúdo narrativo: cenas da história média [entre a antiga, p. ex. a Grécia e a moderna].

Línguas estrangeiras (segundo o currículo de 2/6/1924)

No quinto ano escolar passamos para a sintaxe. Deixar para sexto ano escolar a sintaxe complicada. Em paralelo, cultivar a leitura. Não tratar de traduções da língua materna para a língua estrangeira. Redações e similares curtas, e não longas. Discutir leitura, leitura com muito humor. Tratar de costumes, hábitos de vida e disposição anímica do povo estrangeiro, portanto, a cultura do país. Levar em consideração particularidades da maneira de se expressar. Tratar conjuntamente de provérbios ou do tesouro de expressões idiomáticas da língua estrangeira comparando com as correspondentes da língua materna.

Matemática

Como no quarto ano escolar. Continuar o ensino de frações até a capacidade de se movimentar calculando livremente dentro de número inteiros, frações e números decimais.

História

Começar com verdadeiros conceitos históricos. Por meio de narrativa, levar a criança, conceitos sobre a cultura dos povos orientais e dos gregos.

Geografia

Começar a ensinar criança configurações do solo e o como isso se relaciona com a economia, para uma região geográfica da Terra que seja próxima.

Ciências Naturais

Acrescentar formas animais mais desconhecidas. Começar com a botânica e, sobretudo, desenvolvê-la pela maneira como foi discutida na parte didática do seminário.

Música

Como no quarto ano escolar. Em adição a isso, entrar nas tonalidades. Conduzir as crianças aos requisitos de vivência musical.

Euritmia

Como no quarto ano escolar.

Educação física

Como no quarto ano escolar.

Trabalhos manuais

A partir de agora, aprender a fazer as peças do vestuário. Começar por tricotar meias e luvas. Além disto, brinquedos segundo esboços próprios.

SEXTO ANO ESCOLAR

Língua materna

Continuar tudo o que foi tratado no quinto ano escolar. Ensinar, de maneira fortemente estilística, um sentimento para orações conjuntivas, para que um forte sentimento dessa plástica interior da língua passe a permear o sentir a língua. A redação de cartas deve passar para redações comerciais simples e claras. Conteúdo narrativo: cenas da história moderna.

Línguas estrangeiras

Conforme o indicado para o quinto ano escolar.

Matemática

Passar para cálculos de juros, porcentagem, desconto e cálculo de câmbio começando, com isto, a álgebra. Aquilo que foi tratado até agora em desenho e de forma descritiva, deve passar a ser compreendido por meio de provas de teoremas geométricos, mais ou menos até a compreensão da congruência dos triângulos e de seus empregos, e do lugar geométrico.

História

Considerações históricas acerca dos gregos e dos romanos, e sobre os efeitos posteriores da história grega e romana até o início do século XV.

Geografia

Continuar o que foi tratado no quinto ano escolar abordando-se outras regiões da Terra e procurar, depois, encontrar a passagem das condições climáticas para as condições astronômicas (N.R. por exemplo, a origem das estações do ano). Tratar dos minerais em relação com a geografia.

Ciências naturais

Continuar o ensino da botânica e passar para os minerais, isto, porém inteiramente em relação com a geografia (ver o item anterior), em constante relação aspectos físicos também aplicados ao ser humano.

Física

Começar pela acústica em relação com as escalas musicais e, depois, passar para a discussão das condições físico-fisiológicas da laringe humana. Depois introduzir, as coisas mais importantes da óptica e da termologia, as noções básicas da eletricidade e do magnetismo.

Jardinagem

Introdução à jardinagem prática por meio do trabalho no solo, cultivo e colheita.

Música

Como no quinto ano escolar.

Euritmia

Como nos quarto e quinto anos escolares.

Educação física

Como nos quarto e quinto anos escolares.

Trabalhos manuais

Costurar sapatilhas para ginástica e chinelos e orná-los adequadamente. Dar continuação à produção de brinquedos.

Artes aplicadas

Introduzir o trabalho manual em madeira por meio da produção de objetos simples e práticos.

"Até próximo ao 12º ano de vida a criança não tem, de modo algum, o conceito de causalidade. Ela vê aquilo que é móvel, representações mentais móveis. O que existe como imagem, como música, ela vê, percebe, mas, para o conceito de causa, ela não tem sentido algum até o próximo do 12º ano. Por conseguinte, o que ensinarmos à criança até próximo ao 12º ano precisa estar isento do conceito de causalidade. Só aí poderemos contar com que a criança consiga compreender as relações usuais entre causas e efeitos. Só a partir daí a criança começa, em verdade, a formar pensamentos; até então tinha representações mentais de imagens. Aí já se prenuncia, em verdade, o que depois, com a puberdade, surge por completo: a vida de pensamento, a vida de julgamento que, em sentido mais estreito, está ligada ao pensar. A vida entre a troca dos dentes e a puberdade está ligada ao sentir, e a vida antes da troca de dentes está ligada ao querer. Este último está em processo interior de desenvolvimento e, nessa primeira fase da vida, está situado, não sob os pensamentos mas, sim, sob a imitação daquilo que se acerca da criança. Mas, com aquilo que vem de encontro à criança de maneira corpórea fixa-se na sua corporalidade o aspecto moral, o espiritual,. Por isso é também impossível ensinar à criança, do 10º ao 11 º anos de vida, muitas vezes até mesmo do 11º ao 12º anos de vida, algo em que se tenha de levar em conta a causalidade." (GA 306, 5a palestra..)

SÉTIMO ANO ESCOLAR

Língua materna

Continuar o que foi feito no sexto ano escolar. Tentar desenvolver, nas formas de falar, uma compreensão correta, plástica, das formas de expressão para desejar, admirar, maravilhar-se etc.. Tentar fazer com que a criança aprenda a formar as frases de conformidade com essa configuração interior dos sentimentos para, desta maneira, continuar a desenvolver a visão da plástica interior da língua. Na redação, pedir a descrição das características mais simples de animais etc. Cultivar a redação textos comerciais práticos. Conteúdo narrativo: contos sobre etnias.

Línguas estrangeiras, segundo o currículo de 2/6/1924

No sétimo e no oitavo anos deve-se dar a maior importância à leitura e à abordagem do caráter da língua em frases dos tipos que se apresentam no trabalho e na vida das pessoas que falam a língua em questão. Deve-se exercitar isso empregando textos e cuidar para que, por meio do recontar (N.R. por parte do aluno), a capacidade de expressão na língua estrangeira seja exercitada. Só esporadicamente devem ser feitas traduções. Em contraposição, deveríamos fazer recontar o que é lido, mesmo textos dramáticos. No oitavo ano, tratar os rudimentos da poesia e da métrica da língua estrangeira e, no sétimo e no oitavo ano, dar um esboço muito breve da história da literatura da língua correspondente.

Matemática

Introduzir potenciação e radiciação, bem como cálculos com números positivos e negativos. Introduzir o ensino de equações em relação com a livre utilização na vida prática (N.R. por exemplo, no equilíbrio de balanças). Levar a geometria adiante.

História

Tornar compreensível, ao aluno, o tipo de vida que surgiu com o século XV e, depois, descrever o contexto europeu mais ou menos até o início do século XVII.

Geografia

Prosseguir com o tratamento das condições astronômicas e começar com as condições culturais intelectuais dos habitantes da Terra, sempre em relação com as condições materiais, particularmente as econômicas, tratadas em geografia nos três primeiros anos do ensino de geografia. Com os conceitos da física e química já adquiridos, suscitar uma concepção resumida sobre condições de trabalho e de transporte, no decorrer da história.

Ciências naturais

Retornar ao ser humano e ensinar o necessário acerca de condições de nutrição e de saúde. Com os conceitos já obtidos em física, química e geografia, suscitar uma concepção resumida sobre condições de trabalho e de transporte. Comparar com as indicações dadas na geografia.

Física

Passar à ampliação do ensino da acústica, da termologia, da óptica, da eletricidade e do magnetismo e, só então, vincular a isso os princípios mecânicos básicos mais importantes.

Química

A partir do processo de combustão, mostrar a passagem para representações mentais simples da química.

Jardinagem

Como no sexto ano escolar.

Música

Tratar a música de modo que as crianças tenham a impressão de que fazem música por prazer. A partir daí, desenvolver o julgamento musical nos anos que se seguem.

Euritmia

Formas mais complicadas, tal como no sexto ano escolar.

Educação fisica

Como nos quarto, quinto e sexto anos escolares.

Trabalhos manuais

Costurar à mão e ornar uma peça do vestuário, por exemplo, uma camisa ou calção de ginástica.

Artes aplicadas

Empregar o que foi aprendido na produção de brinquedos móveis e, depois, em objetos artesanais com formas regulares.

OITAVO ANO ESCOLAR

Língua materna

Compreensão das relações existentes em textos mais extensos de prosa e poesia. Ler algo dramático e algo épico. Não deixar de dar atenção, justamente no ensino da língua, ao aspecto comercial-prático. Conteúdo narrativo: conhecimento de povos.

Línguas estrangeiras

Como indicado no sétimo ano escolar.

Matemática

Continuar a exercitar potenciação e radiciação. Continuar o ensino de equações lineares também com várias incógnitas, e introduzir cálculos de formas geométricas e superfícies. Empregar o ensino de lugares geométricos sobre a secções cônicas e curvas semelhantes.

História

Continuar a história, narrativamente, até atingir a atualidade e, nisto, levar em conta constantemente a história da cultura. Ler com os alunos os primeiros capítulos da história da Guerra dos 30 Anos de Schiller.

Geografia

Apresentação resumida das condições da indústria e do transporte em relação com a física e química.

Ciências naturais

Abordar o ser humano de modo a apresentar aquilo que pode ser encontrado no seu exterior estruturando o seu interior, como a mecânica dos ossos, a mecânica dos músculos, a construção interior do olho etc. Acrescentar a isso uma apresentação resumida das condições da indústria e do transporte.

Física

Recordar e ampliar o que foi tratado no sexto ano escolar e passar para a hidráulica. Depois, encerrar o ensino de física pela aerodinâmica, aproveitando para tratar da climatologia e da meteorologia.

Química

Conduzir adiante os conceitos químicos simples e mostrar como processos industriais relacionam-se com a química. Em relação a isso, tratar as substâncias básicas dos corpos orgânicos.

Jardinagem

Como no sexto e sétimo anos escolares.

Música

Como no sétimo ano escolar.

Euritmia

Como no sétimo ano escolar.

Educação física

A educação física, com ou sem aparelhos, torna-se um tratamento higiênico do corpo todo, executado conscientemente.

Trabalhos manuais

Continuar os trabalhos do sétimo ano escolar. É acrescentada a costura à máquina e, além disso, o conhecimento de tecidos e, por fim, cerzir e remendar, passar a ferro e calandrar (N.R. passar com máquinas).

Artes aplicadas

Como no sétimo ano escolar.

"Quando a criança tiver amadurecido sexualmente, quando tiver alcançado o 15o, 16o ano de vida consuma-se, então, em seu interior, aquela mudança pela qual, da inclinação para a autoridade, ela chega ao seu sentimento de liberdade e, com o sentimento de liberdade, ao amadurecimento do seu julgamento, ao seu próprio juízo. Aí vem algo que, para o ensino e a educação, precisa ser levado em consideração na maneira mais intensa. Se, até a puberdade, tivermos despertado sentimentos para o bem e para o mal, para o divino e o não-divino, neste caso a criança terá, após a puberdade, esses sentimentos ascendendo a partir do seu interior. Sua razão, seu intelecto, seu juízo, sua força de julgamento, não são influenciáveis, senão que ela pode agora julgar livremente, a partir de si mesma.

Se ensinarmos à criança, desde o início, um processo, digamos: "deves fazer isto, não fazer aquilo", ela levará este preceito consigo para idades posteriores e teremos depois, continuamente o seguinte julgamento: pode-se fazer isto, não se pode fazer aquilo. Desenvolve-se tudo pelo convencional. Mas hoje, na educação, o ser humano não deve mais estar dentro do convencional, e sim, ter seu próprio julgamento, também sobre a moral e sobre a religião. Isto se desenvolve de maneira natural, se não o comprometermos cedo demais.

Com o seu 14o, 15o ano, libertamos o ser humano para a vida. Então, colocamo-lo em condição de igualdade para conosco. Ele olha então retrospectivamente para nossa autoridade e nos guardará afetuosamente, se tivermos sido professores e educadores corretos. Mas ele passa ao seu próprio julgamento. Não teremos aprisionado isto, se houvermos atuado simplesmente sobre o sentimento. E assim, damos liberdade ao anímico-espiritual com o 14o, 15o ano, e contamos com isso também nas assim chamadas classes superiores (N.R. últimos anos do ensino médio); a partir daí, contamos com os alunos e alunas de modo tal que apelamos à sua própria força de julgamento e ao seu juízo. Nunca poderemos alcançar esse libertar para a vida se quisermos ensinar moral e religião de maneira dogmática, mandatória mas, sim, se no período entre a troca de dentes e a puberdade atuarmos simplesmente sobre o sentimento e a sensação. Essa é a única maneira de colocarmos o ser humano no mundo, de modo que ele possa confiar em sua força de julgamento.

E depois se consegue que o ser humano, por ter sido assim educado totalmente no sentido humano, aprenda a sentir-se e a perceber-se também como um ser humano completo. ...

As crianças que forem educadas pela maneira descrita começam a considerar-se como mutiladas, a partir do 14o, 15o ano, se não estiverem impregnadas por julgamento moral e sentimento religioso. Elas sentem, neste caso, que lhes falta algo como ser humano. E é isto que, como melhor herança religiosa-moral, podemos dar aos seres humanos, se os educarmos para que considerem a moral e a religião tão integrantes da sua condição humana, que não se sentirão como pessoas completas se não estiverem permeados pela moral e aquecidos pela religião." (GA 307, 13a palestra.)

NONO ANO ESCOLAR

Língua materna

(N.R. As citações de obras referem-se obviamente à literatura alemã.) De Jean Paul, partes da "Ästhetik oder Vorschule des Schönen" (Estética ou pré-escola do belo), especialmente aquelas que tratam do humor; ler e discutir capítulos avulsos das preleções de Hermann Grimn sobre Goethe. Com respeito à linguagem, discutir de diferentes maneiras a lei de Grimn para "Lautverschiebung" (transposição de fonemas). Fazer composições que tratar de temas históricos. Trabalhar também o material abordado no ano anterior.

Ensino de arte (segundo a concepção de Erich Schwebsch)

O desenvolvimento das artes pictóricas e plásticas, desde a antiguidade até Rembrandt, é mostrado da forma mais simples possível em algumas grandes obras de grandes artistas do Sul e do Norte. Em exemplos significativos, os alunos devem aprender de maneira concreta o conceito do "belo", da arte como tal, metamorfoses do belo, o belo na Grécia, o belo na Renascença etc. Assim, os alunos podem, por exemplo, na passagem da pintura de Giotto até Rembrandt, observar imparcialmente a solução artística objetiva de problemas anímicos, os quais a própria idade faz emergir continuamente do fundo da alma.

Línguas estrangeiras (segundo o currículo de 2/6/1924)

Fazer uma recapitulação da gramática tratada com humor, oferecendo continuamente exemplos plenos de humor. Recordar toda a gramática por meio de exemplos. Ao lado disso, justamente neste ano escolar, leitura estimulante.

Matemática

Introduzir cálculo do câmbio de moedas, cálculo de aproximação (N.R. provavelmente, interpolação de valores em tabelas), cálculo de média. Em geometria, em ligação às superfícies e aos cálculos de volume do oitavo ano escolar, introduzir o conceito de π. Acrescentar a isso os primeiros elementos da trigonometria plana e dos logaritmos e, por fim, princípios da geometria descritiva.

História

A história dos séculos de XVI a XIX, para que os alunos obtenham compreensão para o presente. Expor as idéias condutoras.

Geografia

Partindo da segmentação dos Alpes, desenvolver a estrutura das cordilheiras da Terra, de modo que possa surgir a representação de que a Terra é um corpo com organização interior. A seguir, tratar da movimentação das estrelas na direção da visada (o efeito Doppler).

Ciências naturais

Continuar o estudo do ser humano de modo a transmitir uma correta antropologia. Deve haver uma evolução cíclica de ano para ano, e o restante das ciência naturais deve estar relacionado com isso.

Física

Ensino de acústica e eletricidade, e o magnetismo pertinente a isso, para que os alunos entendam perfeitamente o funcionamento do telefone (N.R. naquela época, não havia telefones eletrônicos). Termologia e mecânica para que os alunos possam entender o funcionamento da locomotiva (N.R. certamente, para a época, a locomotiva a vapor; o importante é notar a preocupação com a compreensão da tecnologia da época).

Química

Levar adiante o tratamento dos primeiros elementos da química orgânica.

Jardinagem

Construção intensiva de horta, cultura de plantas e tratamento do composto, cuidados com flores, arbustos e árvores frutíferas. No inverno, abordar plantas e meio ambiente (N.R. talvez, devido ao frio europeu e o solo então congelado, trata-se de aulas em classe).

Música

Tonalidades maior e menor como conteúdo de sensação. Música instrumental. Coro e canto solo.

Euritmia

Continuar o aspecto gramatical.

Educação física

Como no oitavo ano escolar.

Trabalhos manuais

Projetar e executar trabalhos artesanais; também pintar cartazes e capas de livros.

Artes aplicadas

Exercícios de modelagem de própria invenção, objetos artesanais em formas livres, desenhos em preto e branco.

DÉCIMO ANO ESCOLAR

Língua materna

Dar uma apresentação coerente da métrica e da poética. Canção dos Niebelungen e Gudrun, tanto quanto possível em alemão medieval (N.R. obviamente, isso deve ser substituído por obras antigas no vernáculo). Apoiada na Canção dos Niebelungen, algo da gramática medieval em comparação com a gramática da língua moderna.

Ensino de arte (segundo a concepção de Erich Schwebsch)

O ensino de arte trata agora de fatos estéticos-artísticos a partir do domínio do poeta. Falando, o aluno, deve compreender a linguagem poética. Para isto serão feitos exercícios práticos da "arte da fala" (N.R. nova arte introduzida por Rudolf Steiner, lidando com o falar artisticamente.) Assim pode surgir um sentimento para os elementos da poética. Subseqüentemente, por meio da vivência de ritmos tratada na euritmia, são trazidos à consciência os fatos básicos da métrica e, também, tomados em consideração os ensinos de figuras e de metáforas. Nesse contexto são tratados especialmente a lírica e o estilo de Goethe por meio de exemplos adequados.

Línguas estrangeiras (para os 10o, 11o e 12o anos escolares segundo o currículo de 2/6/1924.

No 10o ano vem a métrica da língua com leitura, de preferência poética. No 11o ano deve-se começar com leitura dramática. Ao lado disso segue leitura de prosa e algo de estética da língua. Especialmente na leitura dramática deve ser desenvolvida poética, e esta prosseguirá para a poesia lírica e épica no 12o ano. E aí, devem ser lidas especialmente obras que se relacionem com o presente e sua correspondência no terreno das línguas estrangeiras. Acrescente-se a isso conhecimento da moderna literatura estrangeira.

Matemática

Na geometria descritiva, tratar a teoria dos planos e das secções de dois planos; depois, o ensino dos primeiros elementos da geometria projetiva e, principalmente, ensinar conceitos de dualidade.

História

Retornar até a época histórica mais antiga e conduzir a história até o declínio da liberdade da Grécia. O períodos da antiga Índia, da antiga Persa (N.R. épocas pré-históricas), egípto-caldaico e grego até à batalha de Chaeronea em 338 a.C.

Geografia

Descrição da Terra como um todo morfológico e físico. Estrutura das cordilheiras. Aspectos físicos: condições de calor, magnetismo, correntes marítimas, correntes aéreas, o interior da Terra etc., abrangendo a Terra como um todo.

Agrimensura

Introdução dos procedimentos elementares da medição de um terreno, exercícios para executar plantas de localização.

Ciências naturais

Antes de tudo é agora necessária certa consideração do aspecto mineral. Para isso, é preciso tornar o ser humano compreensível como um ser individual para que se possa, mais tarde, passar para a etnografia. O ser humano físico em seus órgãos e funções orgânicas em relação com o anímico e o espiritual.

Física

Começar com a mecânica desde o início, de preferência após de abordar os aspectos matemáticos e só até o ponto em que os alunos entendam máquinas simples. Com a trigonometria, chegar até a coincidência da trajetória de lançamento e a equação da parábola.

Química

Observar metódica e exaustivamente bases, ácidos e sais. Falar de reações alcalinas e ácidas e ligar a isto a reação oposta entre suco alimentar de abelhas e sangue.

Jardinagem

Continuar os trabalhos do 9o ano e, além disso, tratar da poda de árvores e arbustos. No inverno, trabalhos manuais que se apliquem em jardins. Tratar de adubos e questões de agricultura e pecuária.

Primeiros socorros

Tecnologia

A partir do parafuso, abordar a mecânica técnica; fiação e tecelagem.

Música

Continuar música instrumental. Ensino de harmonia fazendo referência ao contraponto.

Euritmia

Trabalhar no sentido de grupo coerente. Executarem de formas acabadas em grupo.

Educação física

Como nos oitavo o nono anos escolares.

Trabalhos manuais

Como no nono ano escolar.

Artes aplicadas

Como no nono ano escolar.

DÉCIMO PRIMEIRO ANO ESCOLAR

Língua materna

Criar a passagem da Canção dos Niebelungen e Gudrun para os grandes poemas da Idade Média: Parsifal e Pobre Henrique (Armer Heinrich).

Ensino de arte (segundo a concepção de Erich Schwebsch)

O ensino de arte retoma, de uma nova maneira, os motivos dos dois anos escolares precedentes. Sua meta é acompanhar a confluência da vida espiritual alemã moderna no âmbito plástico-pictórico com a corrente musical-poética. Nesse contexto, caracterizar por meio de exemplos a relação do desenvolvimento interior da música como influência determinante na vida espiritual moderna.

Línguas estrangeiras

Como indicado no 10o ano escolar.

Matemática

Tratar o mais amplamente possível a trigonometria e a geometria analítica. Na geometria descritiva secções e intersecções, construção de sombras. Equações diofantinas.

História

No período em que são tratados, no ensino de literatura, os grandes poemas da Idade Média (Parsifal e Pobre Henrique), tratar simultaneamente a história da mesma época e tirar conclusões para a atualidade.

Geografia

Estabelecer a ligação entre o ensino de medidas e a geografia para que seja desenvolvida compreensão do que seja o mapa-mundi na projeção Mercator. A partir da arte, tratar da origem do metro padrão.

Agrimensura

Ver geografia, acima.

Ciências Naturais

Nesta faixa etária o ensino de citologia deve ser tratado cosmologicamente. Além disso, tratar das plantas, desde as inferiores até as monocotiledôneas apenas apontar para as dicotiledôneas. Em lugar de teleologia ou de puras relações causais, tratar de relações recíprocas.

Física

Para esta faixa etária é extraordinariamente bom apresentar as conquistas mais moderna como telegrafia sem fio, os raios X, alfa, beta e gama...

Química

Desenvolver, tão completamente quanto possível, os conceitos fundamentais de ácido, sal e base. Inserir nisso uma visão geral sobre substâncias. Ao mesmo tempo mostrar que as substâncias devem ser compreendidas como processos fixados (N.R. como resultado de processos).

Tecnologia

Em lugar dos trabalhos manuais entram, agora, encadernação de livros e cartonagem. Tratar rodas d’água e turbinas e, também, da fabricação de papel.

Música

Canto solo. Depois da formação de um gosto musical, conduzir para um e do julgamento musical.

Euritmia

Estabelecer uma sintonia com o professor de estética sobre as poesias a serem tratadas.

Educação física

Como nos 8o, 9o e 10o anos escolares.

Trabalhos manuais

Trabalhos de cartonagem e encadernação de livros.

Artes Aplicadas

Dar continuação ao que foi feito até agora. Acrescentam-se a isso exercícios iniciais em marcenaria para a confecção de móveis.

DÉCIMO SEGUNDO ANO ESCOLAR

Língua materna

Dar uma visão completa sobre a história de literatura alemã em relação com coisas estrangeiras, mas fazê-lo de modo que se tenha algo do conteúdo nos pontos de vistas gerais e na visão do todo.

Ensino de arte (segundo a versão de Erich Schwebsch)

O ensino de arte deve despertar compreensão para os elementos da arquitetura em suas grandes formas e estilos culturais-históricos, a partir da técnica da construção e sua evolução. A isto se acrescenta uma visão geral sobre o todo da criação artística, a qual, por exemplo, faz ressaltar a estruturação das artes e também sua evolução em etapas "simbólica", "clássica" e "romântica".

Línguas estrangeiras

Como indicado no 10o ano escolar.

Matemática

Tratar, da maneira mais transparente possível, trigonometria esférica e, também, os elementos da geometria analítica no espaço. Na geometria descritiva, a perspectiva-cavaleira###. Por fim, os fundamentos iniciais do cálculo diferencial e do cálculo integral.

História

Dar uma visão geral coerente sobre toda história. Os jovens deveriam ser levados ao ponto de compreenderem de maneira viva as épocas históricas. Por meio do ensino, devemos tentar descer algo abaixo da superfície e mostrar que, por exemplo, no Helenismo já existem aspectos da antiguidade, da idade média e da época moderna etc. Por outro lado, abordar como as épocas históricas são acompanhadas do "rejuvenescimento" da Humanidade.

Geografia

A Terra como imagem refletida do cosmo, a configuração dos continentes pelas forças cósmicas, seu desenvolvimento nas épocas geológicas. Paleontologia e etnografia.

Ciências naturais

Para o ensino de geologia e de paleontologia, partir da zoologia. A partir de f

fanerógamos na botânica, passa-se também para a geologia.

Física

No 12º ano escolar encontrar, como em todas as matérias, buscar uma espécie de conclusão. Acrescentar a isso imagens ópticas em vez de raios ópticos.

Química

Apresentar, da maneira mais abrangente possível, a transformação dos processos químicos conforme ocorrem no âmbito inorgânico, no orgânico, no âmbito da vida e nos organismos animais ou humanos.

Tecnologia

Tecnologia química.

Música

Cultivar a sensibilidade para estilos musicais.

Euritmia

Consultar o capítulo do presente livro sobre euritmia.

Educação física

Como nos 8o a 11o anos escolares.

Trabalhos manuais

Como no 11o ano escolar.

Artes aplicadas

Continuar exercício em preto e branco e passar para a pintura a partir da cor. Continuar os trabalhos de marcenaria.

"E assim, esse olhar para o ser humano livre, o ser humano que sabe dar, a si próprio, sua direção na vida, é aquilo que nós, na Escola Waldorf, aspiramos acima de tudo." (GA 307, 13a palestra.)

Referências

GA 34. A Educação da Criança Segundo a Ciência Espiritual. (Original de 1907.) Trad. R. Lanz. São Paulo: Ed. Antroposófica, 3ª ed. 1996. (Parte do volume GA 34 original.)

GA 293. A Arte da Educação – O estudo geral do homem, uma base para a pedagogia. (14 palestras proferidas em Stuttgart de 21/8 a 5/9/1919, por ocasião da fundação da primeira escola Waldorf). Trad. R. Lanz e J. Cardoso. São Paulo: Ed. Antroposófica, 3ª ed. 2003.

GA 294. Metodologia e didática. 14 palestras proferidas em Stuttgart, 21/8-5/9/1919. Edição brasileira?

GA 306. A Prática Pedagógica. 8 palestras, 3 sessões de perguntas e respostas e uma discussão, proferidas em Dornach, 15-22/4/1923. Trad. C. Glas. São Paulo: Ed. Antroposófica, 2000.

GA 307. Gegenwärtiges Geistesleben und Erziehung (Vida espiritual atual e educação). 14 palestras proferidas em Ilkley, Inglaterra, 5-17/8/1923. Dornach: Rudolf Steiner Verlag, 1986.

GA 311. Die Kunst der Erziehens aus dem Erfassen der Menschenwesenheit (A arte da educação a partir da compreensão da entidade humana). 7 palestras proferidas em Torquay, Inglaterra, 12-20/8/1924. . Dornach: Rudolf Steiner Verlag, 1989.

 

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